“Não façais da casa do meu Pai uma casa de comércio”
(Jo 2, 17)
O Templo em Jerusalém era para os judeus o lugar do Sagrado. Ali as pessoas se reuniam para as grandes festas judaicas previstas pela Lei: a Páscoa, a festa das Tendas e a festa das Primícias da Colheita. Também para o Templo os judeus caminhavam em peregrinação e com certeza o Templo era muitas vezes profanado em seu uso pelos próprios Sacerdotes e pelos peregrinos.
Na passagem do evangelho deste domingo Jesus expulsa aqueles que haviam invertido o lugar do sagrado, que era o Templo. A casa de Deus não poderia servir para outras finalidades, a não ser um lugar de oração, de temor a Deus e da busca de uma sincera conversão.
Neste domingo da Quaresma a proposta de Jesus para todos nós é que devemos estar sempre atentos a rever nossa maneira de cultuar a Deus. Se não cuidarmos poderemos profanar aquilo de mais importante que recebemos gratuitamente do Senhor: sermos seus filhos pelo batismo e correspondermos com sinceridade e fidelidade através de nossos atos. Não podemos instrumentalizar a religião segundo nossos caprichos, mas termos pureza de coração naquilo que é a presença do sagrado em nós, na comunidade Igreja e nas realidades em que vivemos.
Com relação à temática da CF, “Fraternidade – Igreja e Sociedade” poderíamos observar se em nossas Comunidades Paroquiais temos a preocupação de acolher as pessoas para lhes ajudar no verdadeiro encontro com Jesus Cristo. Também sinalizar que em outros lugares em que estamos vivendo, em nossas casas, no ambiente de trabalho, entres nossos vizinhos na comunidade de um bairro, por exemplo, é nossa obrigação preservar a presença do sagrado, pelo nosso testemunho e pela manutenção dos valores éticos e morais.
+ Célio de Oliveira Goulart – Bispo Diocesano
