A devoção a Nossa Senhora da Penha teve início no século XV na Europa. Segundo a tradição, um monge, de nome Simão Vela, teve uma visão, em sonho, de uma imagem de Nossa Senhora que lhe apareceu no cimo de uma serra. Durante o êxtase, uma voz convidava Simão a encontrar tal imagem. Em 1434, no alto de uma serra denominada “Penha de França”, na Província de Salamanca, norte da Espanha, Simão encontrou a tão almejada imagem da Mãe de Deus. Foi, então, ali erigida uma ermida que deu origem a um grande Santuário, afamado pelos prodígios realizados pela Virgem da Penha. O primeiro milagre está diretamente relacionado com a origem da Capela e do bairro da Penha em São Paulo. Consiste esse primeiro milagre na narrativa místico-lendária, apregoada pela piedade popular por séculos, segundo a qual um viajante francês, nos idos de 1667, passando pelas altas terras onde está o atual bairro da Penha de França, então uma região de paragem de tropeiros e peregrinos, pernoitou por lá. Devoto da Virgem, trazia consigo uma imagem de Nossa Senhora da Penha, seu tesouro. Naquela noite, teria o piedoso peregrino sonhado que a Virgem se tornaria Padroeira da Cidade centenas de anos mais tarde? Nunca saberemos... Na manhã seguinte, tomou a imagem junto com sua bagagem e prosseguiu sua caminhada rumo ao Rio de Janeiro. Conscientizou-se, já distante, que a imagem não estava mais consigo. Voltando, apreensivo, encontrou-a no local onde passara a noite. O episódio se repetira mais vezes. Atento aos sinais do Alto e à vontade de Maria Santíssima, o viajante ergueu ali, no alto daquele penhasco, uma capela em honra da Virgem da Penha, que passou a operar numerosos milagres, dando origem, mais tarde, ao Santuário e ao bairro. Em Portugal, o culto de Nossa Senhora da Penha iniciou-se após a batalha de Alcácer-Quibir, de tão triste memória, na qual perdeu a vida o rei D. Sebastião. Entre os portugueses que conseguiram escapar da escravidão muçulmana encontrava-se um escultor chamado Antônio Simões, o qual, no mais aceso da peleja, prometeu à Virgem Santíssima fazer-lhe sete imagens se Ela o conduzisse novamente à sua Pátria. Fiel ao seu voto, iniciou logo o trabalho, esculpindo seis figuras com os respectivos títulos. Ao chegar à sétima e não sabendo que invocação dar-lhe, foi aconselhado por um padre jesuíta a fazer a imagem de Nossa Senhora da Penha, cujos milagres eram muito comentados em Castela.
Fonte- http://www.a12.com