domingo, 1 de novembro de 2015

Aos 104 anos, Irmã Gema parte ao encontro do Pai

Sepultamento Irmã Gema 101Nasceu na Espanha, morou em vários países, mas foi na cidade mineira de São João del-Rei, que ela reafirmou sua fé e sua cresça, dedicando seu trabalho a Deus e ao próximo. Foi com grande pesar que sacerdotes, religiosos e amigos se reuniram na manhã da última quinta-feira, 29, para se despedirem de Irmã Gema Ferraces Seijo que, aos 104 anos, partia ao encontro de seu amado: Jesus Cristo. “Estamos emocionadas, mas não tristes. Emocionadas por aquilo que Deus fez aos nossos olhos: uma irmã, mulher simples, para ser grande instrumento deste povo. Deus fez da Irmã Gema uma linda versão da caridade redentora, servindo para que nós percebermos que nosso carisma tem fogo”, destacou irmã Evelyn Aponte, responsável provincial das Irmãs Mercedárias da Caridade. Irmã Gema chegou ao Brasil em 20 de julho de 1938 e, desde então, dedicom sua vida aos pobres, desamparados e doentes. Com sua fé e dedicação, foi responsável na construção do Hospital Nossa Senhora das Mecês, que tanto ajuda os sãojoanenses e moradores da região. Com forte envolvimento com a juventude, criou um espaço esportivo e de promoção social. Ensinou meninas a dominarem a prática da costura e propagou o bem como a maior forma de serviço. “O Brasil precisam, cada vez mais, de pessoas como ela. Visionária, corajosa, libertária e dedicada”, expressou, em carta, Aécio Neves. No início da celebração, presidida pelo bispo diocesano, Dom Célio de Oliveira Goulart, o momento foi de reflexão e de retrospectiva, partilhando momentos marcantes vividos com essa grande mulher de fé. “Ela sempre me transmitiu uma grande alegria em ser freira, missionária. Por ter vindo pra nossa pátria. Lembro que na CF de 2013, ela virou pra mim e falou, ‘padre, estou pronta para uma nova missão’. Ela marcou por onde passou. Deixou uma marca bonita de caridade. Ela não ficava presa nos muros das Igrejas, ela tinha contato com a sociedade”, recordou Padre Geraldo Magela, Pároco da Catedral do Pilar. 
Outro que também vasculhos as memórias para prestar as homenagens foi o bispo. Segundo ele, ela transmitiu um exemplo inigualável que o levará para o resto da vida. “Ela marcou muito a minha vida neste cinco anos que vivo Aqui. Estamos diante de uma grande pessoa que doou sua vida como religiosa consagrada para fazer o bem, testemunhando que o nosso mundo (religioso) tem que ser diferente, nas ações e postura de vida. Que ela nos inspire e sirva de exemplo para que nós também possamos alcançar o reino dos céus”. Como forma de agradecimento pelos serviços prestados a toda comunidade sãojoanense, Helvécio Reis, prefeito de São João del-Rei, decretou três dias de luto. O político aproveitou o momento para fazer a sua despedida. “Hoje São João del-Rei está triste, principalmente o bairro Tijuco, mas aproveitamos para agradecer a Deus por ter a oportunidade de conviver durante esses 104 anos com essa nobre pessoa, que deixou a família para servir a Deus, aqui em nossa terra. Tenho certeza que ela está lá no céu, intercedendo por nós”, destacou Reis. Após a celebração e todos os ritos de exéquias, as irmãs, emocionadas, prestaram uma bela homenagem, entoando um cântico mariano, além de carregar o caixão até a porta central da Igreja. Em seguida, todos se dirigiram para o cemitério Nossa Senhora das Mercês, onde ocorreu o sepultamento.