terça-feira, 4 de agosto de 2015

Escolhidos por Deus para o sacerdócio

11800022_693880397412490_5482793264611874866_nO Dia do Padre é celebrado oficialmente em 4 de agosto, data da Festa de São João Maria Vianney, representante desta categoria de pessoas, cuja vida e santidade comprovadas estimulam a uma vida de fé em comunhão com a vontade de Deus. O padre entende o chamado para ser um servo de Deus, um sacerdote, um "pai" à semelhança de Cristo, que amou e deu sua vida ao povo pobre, simples e marginalizado. Ser padre é ser "pai" de uma comunidade inteira. Como tal, ele é o homem da Palavra de Deus, da Eucaristia, do perdão e da bênção, exemplo de humildade, penitência e tolerância, o pregador e conversor da fé cristã. Enfim, é um comunicador e entusiasta da Igreja, que luta por uma vivência cristã mais perfeita, dessa Igreja missionária, que não sobreviveria sem o sacerdote, como afirmou o próprio Jesus Cristo, seu fundador pela Paixão por nós. Muitas vezes a vocação é despertada logo cedo, na infância. Nos momentos de lazer, bolachas viram hóstias e sucos de uva se tornam vinho. Uma brincadeira muito apoiada pelos pais. “Acho bonitinho o modo que ele brinca. Fico admirada pela seriedade e carinho que ele dá para cada momento da ‘brincadeira’. Apoio e, se for da vontade de Deus, que ele se torne um grande padre, se não for isso, que se case e continue ativo na igreja”, declarou Sônia, mãe do pequeno Gabriel de 6 anos. Quem também teve o chamado vocacional precoce foi o bispo de São João del-Rei, Dom Célio de Oliveira Goulart. Atuante na igreja desde pequeno, Dom Célio entrou para o seminário com 10 anos. “Após ter feito a Primeira Comunhão, senti-me atraído a ser coroinha pelo testemunho de vida de nosso Pároco, Padre José Ferreira Neto, na cidade de Itaúna. Agradeço pelos pais e irmãos mais velhos. Deles recebi a fé e o testemunho de vida cristã, como também atenção, carinho, estima e todos os cuidados necessários em minha vida de criança. Quando comecei minha experiência no Seminário Franciscano iria fazer 10 anos de idade. Naquele tempo era costume que os meninos fossem ao Seminário após ter concluído o 4º ano primário. Eu fui no meio do ano, em julho de 1955, quando então conclui o 4º ano e iniciei o período de mais sete anos no Seminário Menor. Depois foi o início da Vida Religiosa Franciscana”,destacou o bispo.
Assim como Dom Célio e a maioria dos padres, Padre Dirceu Medeiros também foi coroinha e teve a figura de um padre, em especial, para seguir como exemplo. “Fui coroinha. Desde cedo convivia muitos com padres, estava sempre na Igreja. Lá, conheci um padre muito virtuoso Cônego Luiz Giarola Carlos, da cidade de Barroso. Sem dúvida, a postura dele ajudou despertar a minha vocação”, explicou o pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Prados.
Mas nem sempre a vocação é despertada na infância, como foi o caso do Padre Alisson Sacramento. Foi no início de sua juventude que o reitor do Seminário São Tiago sentiu o chamado de Deus. “Eu tinha 17 anos quando fui para a Escola de Aprendizes Marinheiros, em Florianópolis. Ali, a pedido de um sargento, comecei a organizar a capela, que estava abandonada. Foi nestes momentos, em que eu me ocupava do serviço na capela, que, em oração, buscava entender a vontade de Deus em minha vida. Comecei a refletir inicialmente na postura militar que deveria ser de retidão, e depois vi tudo aquilo dentro dos valores da fé que eu trazia comigo. Foi então que pedi a dispensa da marinha e voltei para São João del-Rei com o objetivo de fazer o Ensino Médio, tendo um acompanhamento vocacional”, contou o sacerdote.
Não importa a idade, o método e o motivo, todas essas histórias reafirmam a passagem de Jeremias “Antes que fosses formado no ventre de tua mãe te conheci, e antes que saísses de tua mãe, te consagrei, e te chamei para ser profeta das nações”. Sem dúvida, Deus já tem um plano para cada um de nós, antes mesmo do nosso nascimento. Mas, para que esse plano venha a ser descoberto, é necessário que a fé seja bem vivida desde os primeiros anos podendo, assim, ser reconhecido o chamado de Deus.

Texto de Lucas Silveira
Colaboração: livro "Datas Comemorativas", Paulinas Editora