sexta-feira, 26 de junho de 2015

Dia 26 de junho - Dia de São Josemaria Escrivá



Josemaría Escrivá de Balaguer nasceu em Barbastro (Espanha), no dia 9 de Janeiro de 1902. Foi o segundo dos seis filhos de José Escrivá e María Dolores Albás. Os seus pais, católicos fervorosos, baptizaram-no no dia 13 desse mesmo mês de Janeiro e transmitiram-lhe, em primeiro lugar com a sua vida, os fundamentos da fé e as virtudes cristãs: o amor à Confissão e à Comunhão frequentes, o recurso confiado à oração, a devoção a Nossa Senhora, a ajuda aos mais necessitados. O Beato Josemaría cresceu como um rapaz alegre, vivo e simples, travesso, bom aluno, inteligente e bom observador. Amava muito a sua mãe e tinha uma grande confiança e amizade com o seu pai, que o animava, com liberdade, a que lhe abrisse o seu coração e lhe contasse as suas preocupações, estando sempre disponível para responder às suas perguntas, com afecto e prudência. Nosso Senhor começou, desde muito cedo, a temperar a sua alma na forja da dor: entre 1910 e 1913 morreram as suas três irmãs mais novas e em 1914 a sua família sofre a ruína económica. Em 1915, a família Escrivá muda-se para Logronho, onde o pai obteve um emprego que lhe permitirá sustentar modestamente a família. No inverno de 1917-1918 ocorre um facto que terá uma influência decisiva no futuro de Josemaría Escrivá: durante a época de Natal, caiu um forte nevão sobre a cidade e, um dia, repara numas pegadas na neve; são as pegadas de um frade carmelita que caminhava descalço. Interrogou-se, então, a si mesmo: se há pessoas que fazem tantos sacrifícios por Deus e pelo próximo, não serei eu capaz de Lhe oferecer alguma coisa? Surge, assim, na sua alma uma inquietação divina: comecei a pressentir o Amor, a dar-me conta de que o coração me pedia alguma coisa grande, que fosse amor. Sem saber ainda, de modo preciso, o que lhe pede Nosso Senhor, decide ser sacerdote, porque pensa que dessa maneira estará mais disponível para cumprir a vontade divina. 
Terminado o ensino secundário, inicia os estudos eclesiásticos no Seminário de Logronho e, em 1920, entra no de Saragoça, em cuja Universidade Pontifícia completará a sua formação prévia ao sacerdócio. Na capital aragonesa faz também o curso de Direito, por sugestão do seu pai e com a autorização dos seus superiores eclesiásticos. O seu carácter generoso e alegre, a sua simplicidade e serenidade, fazem-lhe ganhar o afecto dos seus colegas. O seu esmero na vida de piedade, na disciplina e no estudo é um exemplo para todos os seminaristas e, em 1922, quando contava apenas vinte anos, o Arcebispo de Saragoça nomeia-o Inspector do Seminário. Durante este período, passa muitas horas a rezar diante do Senhor Sacramentado, enraizando profundamente na Eucaristia a sua vida interior, e vai todos os dias à Basílica de Nossa Senhora do Pilar para pedir à Virgem Santíssima que Deus lhe revele o que pretende dele: a partir do momento em que senti aqueles pressentimentos do amor de Deus – afirmava em 2 de Outubro de 1968 –, esforcei-me, na minha pequenez, por levar a cabo o que Ele esperava deste pobre instrumento. (...) E, no meio daquelas ânsias, rezava, rezava, rezava, numa contínua oração. Não parava de repetir: Domine, ut sit!, Domine, ut videam!, como o pobrezinho do Evangelho, que clama porque Deus tudo pode. Senhor, que eu veja! Senhor, que seja! E repetia também, (...) cheio de confiança na minha Mãe do Céu:Domina, ut sit!, Domina, ut videam! A Virgem Santíssima sempre me ajudou a descobrir os desejos do Seu FilhoJosé Escrivá falece a 27 de Novembro de 1924, vítima de uma síncope repentina. No dia 28 de Março de 1925, Josemaría é ordenado sacerdote por D. Miguel de los Santos Díaz Gómara, na igreja do Seminário de São Carlos, em Saragoça. Dois dias mais tarde celebra a sua primeira Missa solene, na Santa Capela da Basílica de Nossa Senhora do Pilar, e no dia 31 desse mês vai para Perdiguera, pequena aldeia de camponeses, como regente auxiliar na paróquia.
Em Abril de 1927, com o beneplácito do seu Arcebispo, começa a viver em Madrid para fazer o doutoramento em Direito Civil, o qual, nessa altura, só se podia obter na Universidade Central da capital de Espanha. Em Madrid, o seu zelo apostólico rapidamente o faz entrar em contacto com pessoas de todos os ambientes da sociedade: estudantes, artistas, operários, intelectuais, sacerdotes. Entrega-se sem descanso, de modo especial, às crianças, doentes e pobres dos bairros periféricos.
Ao mesmo tempo, sustenta a sua família dando aulas de direito. São tempos de grandes dificuldades económicas, vividas por toda a família com dignidade e ânimo. Nosso Senhor abençoou-o com abundantes graças de carácter extraordinário que, encontrando na sua alma generosa um terreno fértil, produziram muitos frutos de serviço à Igreja e às almas.
O Opus Dei nasce no dia 2 de Outubro de 1928. O Beato Josemaría está a fazer um retiro espiritual e, enquanto medita nos apontamentos das moções interiores recebidas de Deus nos últimos anos, de repente  (é a palavra que sempre utilizará para descrever a experiência fundacional) a missão que Nosso Senhor lhe quer confiar: abrir na Igreja um novo caminho vocacional, orientado a difundir a procura da santidade e a realização do apostolado mediante a santificação do trabalho quotidiano no meio do mundo, sem mudar de estado. Poucos meses mais tarde, no dia 14 de Fevereiro de 1930, Nosso Senhor dá-lhe a entender que o Opus Dei deve estender-se também às mulheres.
A partir dessa altura, o beato Josemaría entrega-se de corpo e alma ao cumprimento da sua missão fundacional: promover entre homens e mulheres de todos os âmbitos da sociedade um compromisso pessoal de seguimento de Cristo, de amor ao próximo, de procura da santidade na vida quotidiana. Não se considera um inovador nem um reformador, pois está convencido de que Jesus Cristo é a eterna novidade e de que o Espírito Santo rejuvenesce continuamente a Igreja, e que foi para a servir que Deus suscitou o Opus Dei. Sabedor de que a tarefa que lhe foi confiada é de natureza sobrenatural, fundamenta o seu labor na oração, na penitência, na alegre consciência da filiação divina, num trabalho infatigável. Pessoas de todas as condições começam a segui-lo, especialmente grupos de universitários, nos quais desperta um desejo sincero de servirem os seus irmãos, os homens, inflamando-os na ânsia de pôr Cristo no âmago de todas as actividades humanas, através do trabalho santificado, santificante e santificador. É este o fim que indicará para as iniciativas dos fiéis do Opus Dei: levar a Deus, com a ajuda da graça, cada uma das realidades criadas, para que Cristo reine em todos e em tudo; conhecer Jesus Cristo, dá-Lo a conhecer, levá-Lo a todos os sítios. Compreende-se, portanto, que pudesse exclamar: abriram-se os caminhos divinos da terra
Nos últimos anos da sua vida, o Fundador do Opus Dei passa por numerosos países da Europa e da América Latina, em viagens de catequese: em todos esses lugares, tem reuniões de formação, simples e familiares (mesmo quando se juntam milhares de pessoas para o escutar), em que fala de Deus, dos sacramentos, das devoções cristãs, da santificação do trabalho, do amor à Igreja e ao Papa. Celebra, a 28 de Março de 1975, as bodas de ouro sacerdotais. Nesse dia, a sua oração é como que uma síntese de toda a sua vida: passados cinquenta anos, sou como uma criança que balbucia: estou a começar, a recomeçar, na minha luta interior de cada dia. E assim até ao fim dos dias que me restem: sempre a recomeçar.
O Beato Josemaría morre, como consequência de uma paragem cardíaca, ao meio dia de 26 de Junho de 1975, no seu quarto de trabalho e aos pés de um quadro de Nossa Senhora, a quem lança o seu último olhar. Nessa altura, o Opus Dei está presente nos cinco continentes com mais de 60.000 membros de 80 nacionalidades. Os livros de espiritualidade de Mons. Escrivá de Balaguer (Caminho, Santo Rosário, Temas Actuais do Cristianismo, Cristo que passa, Amigos de Deus, Amar a Igreja, Via Sacra, Sulco, Forja) difundiram-se com milhões de exemplares. Depois do seu falecimento, um grande número de fiéis pede ao Papa que se abra a sua causa de canonização. A 17 de Maio de 1992, em Roma, S. S. João Paulo II eleva Josemaría Escrivá aos altares, numa multitudinária cerimónia de beatificação. A 21 de Setembro de 2001, a Congregação Ordinária de Cardeais e Bispos membros da Congregação para as Causas dos Santos confirma unanimemente o carácter milagroso de uma cura, bem como a sua atribuição ao Beato Josemaría. A leitura do decreto relativo ao milagre tem lugar, na presença do Romano Pontífice, no dia 20 de Dezembro. A 26 de Fevereiro de 2002, João Paulo II preside o Consistório Ordinário Público de Cardeais e, ouvidos os Cardeais, Arcebispos e Bispos presentes, determina que a cerimónia de Canonização do Beato Josemaría se celebre no dia 6 de Outubro de 2002.
Fonte- http://www.vatican.va/