A festa litúrgica do dia 12 foi instituída em 1953 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e tornou-se feriado nacional em 1980, por ocasião da visita de São João Paulo II naquele ano. Antes disso, a Igreja celebrava sua Padroeira em 7 de setembro. A mudança aproximou as comemorações ao momento estimado em que a Imagem foi retirada das águas do Rio Paraíba do Sul – 17 a 30 de outubro de 1717.
A peça que representa a Virgem Maria foi encontrada por três pescadores. João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia foram encarregados de conseguir peixe para o banquete que a Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá iria oferecer a Dom Pedro de Almeida e Portugal, o Conde de Assumar, que à época também era o Governador da Província de São Paulo e Minas Gerais. Após tentativas frustradas de pesca, os humildes servos de Deus ‘pescaram’ o corpo da Santa Mãe de Deus e, em seguida, sua cabeça. A data do ocorrido é baseada no relato do “Diário da Jornada do Conde de Assumar”, que passou treze dias na comunidade. O período é confirmado no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida (I Livro do Tombo da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá - 1757) e no Arquivo Romano da Companhia de Jesus, em Roma (1748-1749).
A Imagem possuía quarenta centímetros de altura, esculpida em terracota, uma argila que, depois de modelada, é cozida em forno apropriado. O estilo da obra é seiscentista, ou seja, foi produzida a partir de 1600 d.C. (século XVII). Isto foi atestado por diversos especialistas em obras sacras, entre eles doutor Pedro de Oliveira Ribeiro Neto, os monges beneditinos do mosteiro de São Salvador, na Bahia, Dom Clemente da Silva Nigra e Dom Paulo Lachenmayr. Encontrar as duas partes já seria, por si só, um milagre. Mas ao lançar as redes no Porto Itaguaçu, após viajar seis quilômetros, os pescadores apanharam uma enorme quantidade de peixes.
“(...) e continuando a pescaria, não tendo até então tomado peixe algum, dali por diante foi tão copiosa a pescaria em poucos lanços, que receoso, e os companheiros de naufragarem pelo muito peixe que tinham nas canoas, se retiraram as suas vivendas, admirados deste sucesso”.
Livro do Tombo da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá - (1757)
Foi quando teve início a devoção pela Mãe “Aparecida” nas águas. Devotos da comunidade passaram a reunir-se para rezar na casa de Felipe Pedroso, que produziu um oratório para a Senhora Aparecida.
31 anos depois, o jesuíta Padre Francisco da Silveira escreveu a crônica da Santa Missão realizada em Aparecida em 1748: “Aquela imagem foi moldada em argila; sua cor é escura, mas famosa pelos muitos milagres realizados. Muitos afluem de lugares afastados, pedindo ajuda para suas próprias necessidades”.
Arquivo Romano da Companhia de Jesus, em Roma - (1748-1749)
Fonte- http://www.a12.com/