
"Por um milagre extraordinário ficarão ilezas e salvas da corrente do Rio (naquela época, de tão caudaloso, o Córrego do Lenheiro parecia um rio) as sagradas formas, ao mesmo passo que todas as pessoas que 'O' acompanhavam em mayor parte dellas forão gravemente mollestadas". Assim o fato está registrado na folha 275 do Livro de Acórdãos da Vila de São João del-Rei, referente aos anos 1791-1798.
O acontecimento teve grande repercussão, tanto na Vila quanto na Provîncia, na Colônia e até mesmo na Metrópole, visto que envolvia o símbolo maior da Igreja. Assim, imediatamente formam exigidas e adotadas providências para a construção de uma ponte de pedra, sólida e resistente para suportar todos os pesos, enchentes e tempestades. Até hoje a Ponte da Cadeia - assim como suas irmãs Ponte do Rosário, Ponte dos Suspiros, Ponte do Teatro e Ponte da Estação, todas sobre o Córrego do Lenheiro - cumpre este papel.
Quem ganhou com isto? A arte, a memória, a arquitetura, a história e, principalmente, São João del-Rei. Mesmo quem não conhece este capítulo da história são-joanense, percebe claramente que a Ponte da Cadeia, feita de pedra e óleo de baleia, é projeto arquitetônico-urbanístico magnífico - uma das mais belas expressões da arte colonial urbana brasileira.
Fonte_http://diretodesaojoaodelrei.blogspot.com.br