sábado, 29 de outubro de 2011

Historia de São Caetano Errico


A cidade de Secondigliano, grande e populosa do norte de Nápoles, Itália, é mais conhecida como uma região de mafiosos do que de santos.

Os problemas dos seus habitantes são inúmeros. Dentre os principais está a \"Camorra\", uma facção da máfia, e outro que se chama degradação das estruturas, dos serviços e da consciência. Essa degradação é mais acentuada nas partes extremas da cidade, local predileto dos traficantes de drogas, mafiosos e das ganges.

Mas Secondigliano é também a terra de um santo. Trata-se do sacerdote Gaetano Errico, fundador da congregação \"Missionários do Sagrado Coração de Jesus e de Maria\", canonizado em Roma pelo papa João Paulo II, em 2002.

A estátua de padre Gaetano é bem visível e está posicionada para ser vista de qualquer ângulo da cidade. Com a mão direita, ele abençoa, e com a mão esquerda, empunha o crucifixo.

A sua figura é imponente, mas não apenas por se tratar de uma estátua. Padre Gaetano era realmente grande, alto e bem forte, um gigante na santidade e na figura humana.

Em 1791, Secondigliano era chamada de Casale Reggio da Cidade de Nápoles, uma planície com ar muito puro, porém muito úmido ao cair do sol. Quando nasceu, em 19 de outubro de 1791, seu pai pressentiu que nascia um futuro apóstolo do povo. O segundo de nove filhos, Gaetano entra com 16 anos no seminário e, em 23 de setembro de 1815, é ordenado sacerdote. A sua vida sacerdotal transcorrera toda nessa cidade, na igreja paroquial de São Cosme e Damião.

Em 1818, durante a pregação, tem uma aparição de Santo Afonso que lhe comunica que Deus o quer fundador de uma Congregação religiosa.

O início se dá com a construção de uma igreja dedicada à Nossa Senhora das Dores. Entre mil dificuldades, a igreja é construída e abençoada no ano de 1830. Apenas cinco anos mais tarde, a imagem de madeira de Nossa Senhora das Dores é adquirida e colocada no altar, onde permanece até hoje. Além da igreja, padre Gaetano se divide com o trabalho para a construção da casa que abrigaria a Congregação. Essa seria instituída em honra do sagrado coração de Jesus e Maria e que empenharia padre Gaetano até o fim, quando morre aos 69 anos, em 29 de outubro de 1860.

Padre Gaetano Errico foi homem de oração (passava horas ajoelhado na igreja ou no seu quarto diante da escrivaninha), de penitência, de constante serviço aos deveres espirituais (dedicava muito tempo às confissões), e materiais das pessoas de Secondigliano.

Hoje essa herança é distribuída através dos sacerdotes missionários dos sagrados corações. A memória e veneração ao padre Gaetano é ainda muito presente e forte na cidade. O trabalho social e espiritual criado em torno da Congregação é conhecido e testemunhado por todos da comunidade e de outras. Os sacerdotes e os voluntários leigos ajudam os carentes e excluídos para que reencontrem sua dignidade, com o mesmo espírito de padre Gaetano, ou seja, com seu grande amor ao ser humano, com o verdadeiro desejo aceso de sua reconstrução interior.

O culto e as graças atribuídas ao padre Gaetano se fez forte, vigoroso e rapidamente antes mesmo de estar em seu leito de morte. No interior da matriz da Congregação foi feito um Museu para abrigar as várias peças testemunhais, relatos escritos e relíquias legadas a ele ainda em vida, pelas graças alcançadas.

E hoje a comunidade secondigliana já está acostumada com a imagem de santo Gaetano, exposta no altar da igreja de Nossa Senhora das Dores. A exposição deveria ser temporária, até que a imagem fosse transferida para o Museu, mas o povo não quer se separar dela. Querem que fique lá, pois assim podem tocá-la sempre.