Beatriz da Silva nasceu na vila de Campo Maior, em Portugal, por volta de 1437. Ela foi da linhagem dos reis de Portugal, filha de Rui Gomes da Silva, alcaide-mor de Campo Maior, e de sua mulher Isabel de Meneses, filha natural de Pedro de Meneses, primeiro conde de Vila Real e segundo conde de Viana do Alentejo. Teve, como consta de livros históricos, pelo menos doze irmãos. Ainda pequena, dona Beatriz da Silva (*) partiu para a corte régia de Castela, em 1447, como donzela da rainha Isabel, segunda mulher do rei João II de Castela. A presença de Beatriz na corte não passou despercebida. Tinha um porte formoso e cativante, que encantou a todos. A rainha, dominada por uma mistura de ciúme e inveja, fechou Beatriz em um cofre, mas uma invisível proteção da Virgem Maria a salvou. Após este triste episódio, ela deixou Tordesilhas, onde a corte régia então estava instalada, e foi para Toledo, onde se recolheu no Mosteiro de São Domingos, o Real, de monjas dominicanas. Por devoção, decidiu manter sempre seu rosto coberto com um véu branco, de forma que, enquanto viveu, nenhum homem e nenhuma mulher viu seu rosto. Permaneceu neste mosteiro por cerca de 30 anos. Em 1484, a rainha dona Isabel, a católica, doou-lhe os Palácios de Galiana, onde existia uma igreja antiga, que tinha o nome de Santa Fé. Dona Beatriz, mudou-se para esta casa, e começou a adaptá-la para a forma de mosteiro. Levou consigo dona Filipa da Silva, sua sobrinha e outras onze mulheres, todas de hábito religioso, embora não pertencessem a Ordem alguma. E, uma vez instalada na nova casa, querendo dar fim à sua determinação, estabeleceu a maneira de viver que queria e enviou-a a Roma, numa súplica conjunta com a rainha. Foi tudo aprovado e outorgado pelo Papa Inocêncio VIII pela bula “Inter Universa” em 1489 (500 anos). O Mosteiro já estava fundado e tudo já fora preparado para entregar o hábito a ela e às monjas que havia instruído, quando Nosso Senhor quis chamá-la. Morreu em 1492. Na hora de sua morte, conta-se que quando lhe levantaram o véu para administrar-lhe a unção, foi tal o esplendor de seu rosto que todos ficaram admirados. E na sua fronte viram uma estrela, que lá ficou até que ela expirou, e que emitia uma luz e um esplendor igual à luz quando mais brilha. Faleceu com fama de santidade. Em 1511, o Papa Júlio II atribui à Ordem nascente Regra Própria. Dona Beatriz foi beatificada pelo Papa Pio XI em 26 de julho de 1926 e, solenemente canonizada, em 3 de outubro de 1976 pelo Papa Paulo VI.
Fonte- http://www.franciscanos.org.br/