Em Roma, celebra-se o natal de muitíssimos santos mártires que, sob o império de Nero, foram falsamente acusados do incêndio da cidade e por sua ordem foram mortos de vários modos atrozes: alguns foram cobertos com pêlos de animais selvagens e lançados aos cães para que os fizessem em pedaços; outros, crucificados e, ao declinar do dia, usados como tocha para iluminar a noite. Todos eram discípulos dos apóstolos e foram os primeiros mártires que a santa Igreja romana enviou a seu Senhor antes da morte dos apóstolos. A ferocidade com a qual Nero golpeou os inocentes cristãos (o incêndio tinha sido provocado por sua ordem com o fim de reconstruir Roma com base num grandioso projeto) não encontra obviamente a justificação do supremo interesse do império. Aqueles pacíficos crentes em Cristo não constituíam ameaça. A selvageria usada contra eles foi tal que provocou horror e piedade nos próprios espectadores do circo. Agora se manifestou piedade, escreve ainda Tácito, mesmo se tratando de gente merecedora dos mais exemplares castigos, porque se via que eram eliminados não para o bem público, mas para satisfazer a crueldade de um indivíduo.
A perseguição durou três anos, e seu exórdio teve o mais ilustre dos mártires: Pedro. A conclusão foi assinalada pela decapitação de São Paulo.
Fonte- http://diocesedecolatina.org.br/