Vice-Presidente da Cáritas Diocesana
O amor maternal, antes de existir, já é semente morando dentro de cada mulher. Quando o anjo anunciou a Maria, a semente do amor maternal já existia em seu coração. Quando um pequeno óvulo é fecundado, a semente germina e começa a se desenvolver, ao mesmo tempo em que um pequenino ser se desenvolve dentro do útero. Ao contrário do bebê, que surge extremamente frágil, a semente já brota com força e vigor.
Quando Maria visitou Isabel a alegria da maternidade já se espalhava por todo seu ser e resplandecia ao seu entorno. A barriga vai crescendo, o coraçãozinho pode ser ouvido, os primeiros movimentos passam a ser sentidos, primeiro leves, quase imperceptíveis e depois se transformam em cambalhotas e empurrões dentro da barriga, como que tentando nos avisar que somos dois, que um dia nos separaremos.
Vem o nascimento e em meio à alegria também nascem às dúvidas, os medos, as angústias. O primeiro sorriso, as primeiras gracinhas, os primeiros passos. Noites em claro, viroses, vacinas. Maria não se deixou abater mesmo diante da terrível profecia de Simeão. A sementinha a esta altura já é uma frondosa árvore, disposta a suportar todas as tempestades. O primeiro dia na escolinha, o primeiro passo rumo à separação. A perda do menino Jesus no templo. Mas a frondosa árvore permanece firme, balançado às vezes, mas tudo suportando. E aquele ser frágil cresce, vira pássaro, alça voo.
Jesus inicia seu ministério pela Galiléia, mas ele sabe onde sempre poderá encontrar abrigo, conhece os galhos seguros que o acolherão nos dias de tempestade, tem Maria sempre por perto, não para guiá-lo, pois bem sabe ela que os filhos pertencem ao mundo, tem que ter vida própria, seguir sua missão, mas como árvore frondosa sempre pronta a dar abrigo nos dias de tempestade, ser refresco e alegria nos dias de sol.
Nossa Senhora é a árvore cheia de vida que acolhe nós mães, inspiração e sustento, o verdadeiro amor maternal. Quem dera todas as mães fossem assim perfeitas! Somos cheias de contradições, aprendemos na prática, erramos querendo acertar e acertamos com a ajuda da graça divina.
Que a correria do dia a dia não nos impeça de orar, pedir e aprender de Maria como ser uma mãe melhor, afinal Maria era cheia de graça, era puro Ágape, e nós seremos sempre mães em construção.
Que cada filho saiba que pode contar sempre com duas mães, uma na terra, imperfeita, cheia de amor e de fraquezas, sempre orgulhosa de sua cria e pronta pra acolher, e outra no céu, que brilha, ampara e nos ajuda sempre a sermos melhores.
Feliz Dia das Mães! Paz e Alegria!