Chegamos a sétima e última dor de Maria Santíssima proposta pela igreja para nossa reflexão. É o desfecho improvável da trajetória daquele que veio para Salvar o mundo. E novamente não podemos pensar no sepultamento de Jesus sem a presença marcante de sua mãe cheia de Dor. São João, em seu evangelho, descreve o sepultamento de Jesus da seguinte maneira: “Os discípulos tiraram o corpo de Jesus e envolveram em faixas de linho com aromas, conforme é o costume de sepultar dos judeus. Havia perto do local, onde fora crucificado, um jardim, e no jardim um sepulcro novo onde ninguém ainda fora depositado. Foi ali que puseram Jesus” (Jo 19,40-42).
Para muitos esta passagem demonstra o fim de tudo, a morte venceu a vida, Cristo esta morto. A mãe de Jesus, em seu íntimo, devia estar decepcionada, amargurada, tamanha dor da perda de seu Filho que era tido como a esperança de libertação e salvação. O que resta a fazer? A quem recorrer se até mesmo o Filho de Deus agora estava crucificado, morto e sepultado? Diante destas interrogações o silêncio reina. Mais uma vez Maria, fiel discípula, guardava humildemente em seu coração dolorido o sofrimento por ver seu filho querido sendo sepultado. Porém algo misterioso aos olhos daquelas pessoas que participavam da paixão e morte de Jesus esta por vir. O projeto de Deus para nós, seus filhos muito amados é maravilhoso. A escolhida para viver tanta dor junto ao Cordeiro Imolado era Maria sua mãe. Mas os escolhidos para viver a vida eterna plena de felicidades somos todos nós. E para que isso pudesse acontecer, Cristo havia de morrer e ressuscitar ao terceiro dia. Eis o grande mistério da Salvação: paixão, morte e ressurreição. Cristo deu a vida por nós e venceu a morte mostrando que somente Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14-6).
Após esta reflexão e sabedores da vitória de Cristo, em sintonia com a campanha da fraternidade 2012 somos convidados a estarmos a serviço dos nossos irmãos enfermos. Para isso podemos nos engajar na Pastoral da Saúde que “... foi compreendida em Aparecida como sendo, a resposta às grandes interrogações da vida, como o sofrimento e a morte, à luz da morte e ressurreição do Senhor. E, empenha-se em evangelizar com renovado ardor missionário no mundo da saúde, e contribuir para a construção de uma sociedade justa e solidária, a serviço da vida.”. (trecho extraído do texto base da CF 2012). Não devem restar dúvidas para nós que a morte faz parte da nossa existência e dela não temos como fugir. Contudo, com Cristo seremos também vencedores. Maria Santíssima, como mãe do Salvador, nos deu o grande exemplo de discípula e missionária de Cristo. Que possamos, a exemplo de Maria, ficar atento as dores dos nossos semelhantes e acolhe-los como bons samaritanos até que a morte cumpra seu papel de abrir passagem para a vida eterna junto com Deus.