sábado, 5 de agosto de 2017

Permanecer com a verdade | Por Dom Edney Gouvêa Mattoso

Bispo de Nova Friburgo(RJ)

Imagem relacionadaCaros amigos, há pouco celebramos a Solenidade de São Pedro e São Paulo. Nossa Mãe, a Igreja Católica Apostólica Romana foi, logo nos primórdios, consagrada pelo sangue destes dois grandes apóstolos do Cordeiro, pois quis a Providência que ambos fossem martirizados em Roma. Jesus Cristo confiou uma missão singular aos Seus Apóstolos “que na pregação oral, por exemplos e instituições, transmitiram aquelas coisas que ou receberam das palavras, da convivência e da obra de Cristo ou aprenderam das sugestões do Espírito Santo” (DV 7). E mesmo os outros, que não sendo propriamente Apóstolos, mas participaram em primeira pessoa da composição das Sagradas Escrituras, não alteraram nada do ensinamento divino deixado pelos Apóstolos, mas foram inspirados pelo Espírito Santo para transmiti-los com fidelidade. Após o tempo da “revelação”, portanto, inicia-se o tempo da “tradição”, ou transmissão, das verdades divinas. Ensina o Catecismo: “Para que o Evangelho sempre se conserve inalterado e vivo na Igreja, os apóstolos deixaram como sucessores os bispos, a eles transmitindo seu próprio cargo de magistério. Com efeito, a pregação apostólica, que é expressa de modo especial nos livros inspirados, devia conservar-se por uma sucessão contínua até a consumação dos tempos” (n. 77). Este conceito é básico para discernirmos em quem depositamos nossa fé e esperança e para escaparmos dos “falsos profetas” (Cfr. 2Pe 2,1). São Paulo exorta ao bispo São Timóteo sobre o dever de comunicar com fidelidade a mensagem de Jesus Cristo: “Diante de Deus e do Cristo Jesus que vai julgar os vivos e os mortos, eu te peço com insistência, pela manifestação de Cristo e por seu reinado: proclama a Palavra, insiste oportuna e inoportunamente, convence, repreende, exorta, com toda paciência e com a preocupação de ensinar. Pois vai chegar um tempo em que muitos não suportarão a sã doutrina, mas conforme seu gosto se cercarão de uma série de mestres que só atiçam o ouvido. E assim, deixando de ouvir a verdade, eles se desviarão para fábulas. Tu, porém, vigia em tudo, suporta as provações, faze o trabalho de um evangelizador, desempenha bem o teu ministério” (2Tm 4, 1-5). Quanto aos fiéis, cabe também uma responsabilidade: prestar ouvidos ao que dizem os legítimos “Sucessores dos Apóstolos”, resguardados e auxiliados pelo primado do Santo Padre, o Papa. Esta fidelidade é a que nos garante não sucumbirmos entre as confusões e as correntes diversas de nossos tempos modernos.